quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
O bom moço Pedro Nercessian
O rosto pode ser de menino, mas as responsabilidades e a determinação são de gente grande. Aos 23 anos, Pedro Nercessian vai aos poucos firmando sua carreira de ator. Cria do teatro, onde continua atuante, agora ele está no elenco da novela Os Mutantes, como Tarso, que tem o poder de parar o tempo e se teletransportar. “Uma experiência incrível, uma oportunidade única na TV brasileira de fazer personagem de ficção científica”, comenta o ator sobre o trabalho.
Pedro também vai fazer sua estréia no cinema, com o filme Léo e Bia, baseado na peça homônima de Oswaldo Montenegro, da qual também participou. Sobrinho do ator Stephan Nercessian, ele começou no teatro ainda criança e aos 16 anos resolveu que ia mesmo ser ator. “Meu tio sempre acompanhou minha carreira e minhas vitórias, mas também sempre teve o cuidado pra que eu trilhasse meu próprio caminho", conta pedro, que aceitou o convite do tio e administra o teatro infantil do Retiro dos Artistas, presidido por Stephan.
Confira o bate-papo com o ator!
Você está fazendo um trabalho no Retiro dos Artistas como coordenador do teatro infantil. Conta tem sido?
Eu administro o teatro da instituição, organizo as apresentações de teatro infantil, escolhos as peças que irão se apresentar, contrato equipe técnica, essas coisas mais burocráticas. O que se torna um grande desafio, já que não sou administrador. Quero que o Teatro Infantil do Retiro dos Artistas se torne a melhor opção de lazer pras famílias da região.
Você já tinha pensado em fazer algo do gênero quando seu tio te convidou?
Já tinha pensado em produzir e dirigir um espetáculo infantil, mas não administrar um teatro. Foi uma idéia e um desafio novo pra mim. E estou adorando!
Como é trabalhar com crianças?
O início da minha carreira foi no teatro infantil, onde fazia as peças da Maria Clara Machado. Já trabalho com os pequeninos há pelo menos 7 anos. Gosto da verdade que há nelas. As crianças são muito verdadeiras e eu acho isso incrível!
Por falar no seu tio, ele foi seu incentivador pra seguir a carreira de ator?
A escolha eu fiz sozinho, mas ele me deu força nos estudos (o que é mais importante). Fiz teatro muito tempo no próprio Retiro e depois fui pra outras importantes escolas. Sei que ele sempre acompanhou minha carreira e minhas vitórias, mas também sempre teve o cuidado pra que eu trilhasse meu próprio caminho. E eu o agradeço por isso.
Quando você percebeu que essa era sua vocação?
Acho que por volta dos 16 anos. Foi quando resolvi me tornar profissional. Abria mão de qualquer programa pra poder estar no palco.
Ser sobrinho do Stephan ajudou ou atrapalhou na hora de buscar seu espaço?
As pessoas pensam que foi mais fácil pra mim entrar na TV por ser sobrinho dele. É natural que pensem assim, mas, pelo menos comigo, não foi assim. Estudei muito, fiz muitos testes, levei muitos “nãos”. Mas sempre fui determinado e um dia a minha hora chegou. Poderia ter sido mais fácil com algum tipo de interferência dele? Talvez, mas preferi descobrir se eu era capaz de chegar lá sozinho. E consegui!
Você filmou recentemente Leo & Bia. Como foi a experiência de fazer esse filme baseado em uma peça da qual você participou?
Por um lado eu revisitei um universo já familiar, mas por outro foi uma experiência inteiramente nova. Primeiro por ser cinema e segundo por fazer um personagem diferente. No teatro eu fiz o Brooke e no filme eu interpretei o “Encrenca”, que originalmente havia sido escrito como personagem feminino (interpretado pela Sthefany Brito na peça) mas que foi modificado pelo autor e se tornou um homem pra que eu pudesse fazê-lo. Fiquei envaidecido e feliz pelo convite.
Estava vendo seu blog e notei que você gosta muito de poesia. Quando você começou a escrever?
O blog tem mais ou menos dois anos e meio, mas eu sempre gostei de escrever, principalmente poesias.
Já pensou em escrever um livro ou um roteiro?
Roteiro sim. Já tenho, inclusive, alguns escritos: de peça e filmes curta-metragem. Um dia penso em colocar em prática e fazer acontecer esses roteiros.
Quais são suas inspirações na hora de escrever?
O cotidiano, as coisas na vida que passam despercebidas por quase todo mundo. Isso é o que mais gosto de abordar, como se eu colocasse uma lente de aumento naquilo e dissesse aos meus leitores “Olha quanta coisa está escondida aos olhos de quem não pára pra pensar na vida”.
Tem algum personagem que você sonha em fazer?
Romeu. A maioria dos atores renega o papel do mocinho, muitos diriam que acham o Mercúcio um personagem mais rico. Eu não tenho medo desse estigma.
Já tem novos projetos?
Sim, uma nova peça de teatro que fala sobre a relação entre mãe e filho. Mas não sei se será possível conciliar com as gravações. Espero que sim!
Seu tio é conhecido por ser um cara boêmio, você também é assim? O que você curte fazer?
Meu tio é o único político que não tem medo de dizer que gosta de uma cervejinha e de ficar com os amigos. O Brasil já o conhece há muito tempo e sabe que ele é uma pessoa íntegra e competente como representante do povo e como artista. Eu sou um boêmio que não bebe. Não bebo nem fumo, mas sou da noite. Não abro mão de bater papo com os amigos de madrugada, peço um suco e ficamos falando de arte, de trabalho e mulher, é claro!
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